segunda-feira, 12 de outubro de 2009

A Dança do Banguê



Bangüê
Origem e Significado
A palavra "Bangüê" significa "engenho de açúcar", em um dialeto africano, por isso a dança também é conhecida como "dança dos engenhos".
No Pará, a dança surge logo após a abolição da escravatura no Município de Cametá, com a chegada de negros fugitivos descendentes de escravos africanos de engenhos de cana-de-açúcar da Ilha do Marajó. Formaram um quilombo em Cametá para a sua proteção e conseguiram escapar do domínio Português, dos trabalhos forçados e da vida de amargura e sofrimentos. Nenhum negro aceitava qualquer aproximação com os brancos, mesmo de interesse puramente comercial, sendo o comercio realizado no meio dos rios, através de pequenas embarcações. As apresentações das manifestações artísticas, eram realizadas no Bangüê (Engenho de Açúcar no dialeto Africano), deixando os brancos maravilhados.
Como vestir-se pra dançar
Vista-se com roupas coloridas para dançar. O Bangüê é dançado sem sapatos. As saias das mulheres são franzidas e elas trazem muitos enfeites nas cabeças. Já os homens usam calças compridas e camisas igualmente coloridas, em geral combinando com as roupas das parcerias.
Como dançar
Durante a dança, homens e mulheres se movem de forma frenética para imitar o movimento ondulatório do melado no tacho (caldeirão) superaquecido quando se está fazendo o mel de cana. Em certos momentos da apresentação, os dançarinos se movem de forma mais rápida. Segundo levantamento antropológico feito em Cametá, os movimentos mais rápidos e exagerados representariam a alegria dos escravos quando ocorriam as paradas nos intervalos das atividades no engenho.
A letra e Musicalidade
A musicalidade presente no Bangüê e a letra de suas musicas relembram a vida, o sofrimento e a identidade cultural dos negros escravos que trabalhavam em engenhos do Pará. A Cantiga do Engenho é um dos exemplos fiéis desse fato.

7 comentários:

Jairo Tapajos disse...

para quem trabalha com a cultura eu adorei essas coisas sobre a dança banguê espero colhetar mas coisas dentro do blog.

@ThirziaTrindade disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
@ThirziaTrindade disse...

Estive recentemente em um evento na UFPA, Campus de Cametá,e fiz um vídeo do pessoal dançando o banguê. O mais interessante, um índio Assurini dançando o banguê.

Ricardo Amanajás disse...

Em que período e parte de Cametá tinha engenho?

Jeekson Gaia disse...

Olá, Thirzia! Estamos fazendo em minha comunidade de origem um festival quilombola. E estamos fazendo uma representação do bamguê.pode me mandar essas filmagens?

Jeekson Gaia disse...

Ricardo! Não sou de Cametá, mas segundo o que ouvir de meu avô. Esses quilombos cametaenses são oriundos de escravos fugitivos dos engenhos do Marajó.

Jeekson Gaia disse...

Sou o jeekson que estudou contigo no primeiro semestre em Tomé-Açu. (Meu zap 91 98707-5494)